Cotidiano
Ela nao dormiu em casa hoje.
Pega nada, eu nao sou dono de ninguem, mas de alguma forma isso me afeta.
Me sinto traido mesmo nao sendo traido. Ou talvez sendo. Nao sei.
Sei exatamente onde ela está. Na casa daquele super legal engraçado bem sucedido etc.
Enfim, fodas isso tudo, ta frio, vou dormir que amanha ainda rola de arrumar um trampo.
Bom dia Mundo.
Continua frio. Deixa eu buscar um lugar ao sol, ali fora no quintal sempre tem um solzinho.
Ainda nao tem sol. Acordei cedo demais.
Banana, aveia, maça. Otimo cafe da manha. Mas Ainda tenho fome.
Fodas, vou sair e ver o que pega.
Aqui na rua apenas vento e frio. Ja ja o sol vai sair.
Vou tentar uma carona até o centro, ta vindo um carro. Se foi o carro. Ta vindo outro, opa, parou.
- Ola, ta indo até a principal?
- Sim estou.
- Otimo, estou indo até o centro mas a principal ja me ajuda demais.
Silencio. Musica estranha. E la vamos nós.
Desci.
Vou tentar outra carona, opa, o onibus ta vindo, vamo nessa.
Cheguei no local do trampo. O dono é todo acelerado. Nao olha muito nos olhos, e quando olha
se nota uma febre doentia, só nao sei do que. Febre do ouro? Da Morte? Do Dinheiro? Nao sei dizer.
Me falou varias coisas e na maioria delas quem sai lucrando é ele.
Parece justo. Sempre foi assim.
Tudo Combinado, amanha volto e começo o trampo.
Tomamos cafe. Fumamos um, escondido dentro do carro dele. Me senti um adolescente.
Diz ele que queima o filme da loja, fumar fora do carro. Beleza. Unica coisa que queima o filme dessa loja é ele proprio.
Boa. Vou tentar carona e voltar pra casa.
Consegui.
Ja ta noite.
Dessa vez ela dormiu em casa. Sera que o bonitao, engraçado e bem sucedido se cansou de transar com ela?
Me pus a pensar.
O fato de me sentir traido me fez trata-la de uma forma seca.
Aposto que ela sabe o porque de eu estar assim. Nao tocamos no assunto. Conversei sobre o trabalho,
ela nao mostrou muito interesse. Desisti de conversar. Vou sair e tomar uma.
Sai.
Ta frio.
Adoro esse supermercado onde eu posso comprar a breja, tomar do lado de fora e depois devolvo o casco.
Tem um tanto de gente fazendo o mesmo. Todos homens. Parece que esse tipo de programa nao agrada muito
ao sexo feminino.
Fodas.
Bati papo com um, com outro, a cerveja acabou comprei outra, que tambem acabou, e fui pra casa. Em casa
tentei entrar sem fazer muito barulho. Obtive sucesso nessa missao. Fui dormir.
Nao dormimos juntos mais. Nossa relacao ja era. Mas fodas. Tenho coisas mais importantes para me preocupar.
Primeiro dia de trabalho. Uhuu.
Me mostrou a loja. O que eu tenho que fazer é simplismente ficar ali e esperar clientes entrarem e atende-los bem.
O volume de clientes é impressionante, essa loja ganha muita grana, credo.
- Boa tarde.
- Boa tarde, bem vindo a loja Taurinos. O que voce deseja?
- Desejo todo seu dinheiro isso aqui é uma assalto.
Ele sacou a arma e apontou pra minha jugular. Nao gostei nem um pouco disso.
O dono da loja tambem pareceu nao gostar, mas nao creio que seja por mim e sim pela grana.
O Senhor com a arma estava com um amiguinho, que tambem tinha uma arma. O amiguinho parecia meio maluco, mas afinal quem nao é?!
- Senhor, hoje é meu primeiro dia, eu nao faço ideia de onde se guarda todo o dinheiro.
- Cala a boca ou eu faço um buraco nessa sua cabeça que ce vai poder comer pela nuca.
Achei veridico a ameaça, fiquei calado. Nao era cedo pra morrer. Eu ja tinha 34 anos, ja passei da fase de dar em alguma coisa.
Independente disso eu nao tava afim de morrer dentro dessa loja ridicula. mas essa decisao nao estava em minhas maos.
- Ei voce ai com cara de doente. Voce é o dono dessa espelunca?
- Si...Nao. O dono está de ferias. - Mentiu o dono da espelunca.
O Senhor com a arma na mao pensou bem.
Abaixou a arma que ainda tava apontada pro meu pescoço.
Apontou pro Dono e disparou. Dois tiros direto na barriga.
O dono fez uma cara horrivel se abaixou e ficou no chao, contorcendo e gemendo.
Pensei "agora é minha vez". Dei uma endurecida no abdomem pra receber melhor o projetil.
O senhor com a arma na mao tirou o sorriso do rosto ao olhar pra mim.
- ô Funcionario otario. Pergunta pra esse trouxa com buraco na barriga onde ta o cofre, se nao vou fazer mais alguns furos nele.
Nao precisei perguntar. O dono apontou para os fundos da loja e me deu as instrucoes. Fui la atras. Peguei a grana. Era muita grana.
entreguei aos ladroes e eles se foram. O Dono morreu. Sangrou demais.
A policia chegou, aquele procedimento de sempre. Fui pra casa.
Ela dormiu em casa dessa vez, mais uma vez. Parece que o bonitao bem sucedido se cansou dela mesmo.
Nao contei a historia do assalto pra ela.
O fato de eu ter chegado meia noite sendo que meu trabalho acaba as 18h nao fez a menor diferenca.
Pelo que pude notar.
Só avisei que estava de mudança.
Ela me olhou com olhar surpreso.
- Nao precisa disso voce sabe.
- Na verdade a gente precisa baby, nao estamos mais tendo conexao.
- A gente pode conversar
- Tem horas que a melhor conversa é o silencio. (Eu tinha lido essa frase em algum livro idiota, estava esperando uma boa
oportunidade para usa-la.)
Nao nos beijamos. Peguei minhas coisas. cabiam facilmente em uma mala.
Sai pela porta sem mais delongas. A mala estava pesada.
Se ela soubesse quanto dinheiro peguei antes de passar pros bandidos imbecis, ela nao me deixaria partir tao facilmente. Sim eu sei.
Fui pra rodoviaria, peguei o primeiro onibus com destino à cidade mais proxima.
$$
Fim.
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Pega nada, eu nao sou dono de ninguem, mas de alguma forma isso me afeta.
Me sinto traido mesmo nao sendo traido. Ou talvez sendo. Nao sei.
Sei exatamente onde ela está. Na casa daquele super legal engraçado bem sucedido etc.
Enfim, fodas isso tudo, ta frio, vou dormir que amanha ainda rola de arrumar um trampo.
Bom dia Mundo.
Continua frio. Deixa eu buscar um lugar ao sol, ali fora no quintal sempre tem um solzinho.
Ainda nao tem sol. Acordei cedo demais.
Banana, aveia, maça. Otimo cafe da manha. Mas Ainda tenho fome.
Fodas, vou sair e ver o que pega.
Aqui na rua apenas vento e frio. Ja ja o sol vai sair.
Vou tentar uma carona até o centro, ta vindo um carro. Se foi o carro. Ta vindo outro, opa, parou.
- Ola, ta indo até a principal?
- Sim estou.
- Otimo, estou indo até o centro mas a principal ja me ajuda demais.
Silencio. Musica estranha. E la vamos nós.
Desci.
Vou tentar outra carona, opa, o onibus ta vindo, vamo nessa.
Cheguei no local do trampo. O dono é todo acelerado. Nao olha muito nos olhos, e quando olha
se nota uma febre doentia, só nao sei do que. Febre do ouro? Da Morte? Do Dinheiro? Nao sei dizer.
Me falou varias coisas e na maioria delas quem sai lucrando é ele.
Parece justo. Sempre foi assim.
Tudo Combinado, amanha volto e começo o trampo.
Tomamos cafe. Fumamos um, escondido dentro do carro dele. Me senti um adolescente.
Diz ele que queima o filme da loja, fumar fora do carro. Beleza. Unica coisa que queima o filme dessa loja é ele proprio.
Boa. Vou tentar carona e voltar pra casa.
Consegui.
Ja ta noite.
Dessa vez ela dormiu em casa. Sera que o bonitao, engraçado e bem sucedido se cansou de transar com ela?
Me pus a pensar.
O fato de me sentir traido me fez trata-la de uma forma seca.
Aposto que ela sabe o porque de eu estar assim. Nao tocamos no assunto. Conversei sobre o trabalho,
ela nao mostrou muito interesse. Desisti de conversar. Vou sair e tomar uma.
Sai.
Ta frio.
Adoro esse supermercado onde eu posso comprar a breja, tomar do lado de fora e depois devolvo o casco.
Tem um tanto de gente fazendo o mesmo. Todos homens. Parece que esse tipo de programa nao agrada muito
ao sexo feminino.
Fodas.
Bati papo com um, com outro, a cerveja acabou comprei outra, que tambem acabou, e fui pra casa. Em casa
tentei entrar sem fazer muito barulho. Obtive sucesso nessa missao. Fui dormir.
Nao dormimos juntos mais. Nossa relacao ja era. Mas fodas. Tenho coisas mais importantes para me preocupar.
Primeiro dia de trabalho. Uhuu.
Me mostrou a loja. O que eu tenho que fazer é simplismente ficar ali e esperar clientes entrarem e atende-los bem.
O volume de clientes é impressionante, essa loja ganha muita grana, credo.
- Boa tarde.
- Boa tarde, bem vindo a loja Taurinos. O que voce deseja?
- Desejo todo seu dinheiro isso aqui é uma assalto.
Ele sacou a arma e apontou pra minha jugular. Nao gostei nem um pouco disso.
O dono da loja tambem pareceu nao gostar, mas nao creio que seja por mim e sim pela grana.
O Senhor com a arma estava com um amiguinho, que tambem tinha uma arma. O amiguinho parecia meio maluco, mas afinal quem nao é?!
- Senhor, hoje é meu primeiro dia, eu nao faço ideia de onde se guarda todo o dinheiro.
- Cala a boca ou eu faço um buraco nessa sua cabeça que ce vai poder comer pela nuca.
Achei veridico a ameaça, fiquei calado. Nao era cedo pra morrer. Eu ja tinha 34 anos, ja passei da fase de dar em alguma coisa.
Independente disso eu nao tava afim de morrer dentro dessa loja ridicula. mas essa decisao nao estava em minhas maos.
- Ei voce ai com cara de doente. Voce é o dono dessa espelunca?
- Si...Nao. O dono está de ferias. - Mentiu o dono da espelunca.
O Senhor com a arma na mao pensou bem.
Abaixou a arma que ainda tava apontada pro meu pescoço.
Apontou pro Dono e disparou. Dois tiros direto na barriga.
O dono fez uma cara horrivel se abaixou e ficou no chao, contorcendo e gemendo.
Pensei "agora é minha vez". Dei uma endurecida no abdomem pra receber melhor o projetil.
O senhor com a arma na mao tirou o sorriso do rosto ao olhar pra mim.
- ô Funcionario otario. Pergunta pra esse trouxa com buraco na barriga onde ta o cofre, se nao vou fazer mais alguns furos nele.
Nao precisei perguntar. O dono apontou para os fundos da loja e me deu as instrucoes. Fui la atras. Peguei a grana. Era muita grana.
entreguei aos ladroes e eles se foram. O Dono morreu. Sangrou demais.
A policia chegou, aquele procedimento de sempre. Fui pra casa.
Ela dormiu em casa dessa vez, mais uma vez. Parece que o bonitao bem sucedido se cansou dela mesmo.
Nao contei a historia do assalto pra ela.
O fato de eu ter chegado meia noite sendo que meu trabalho acaba as 18h nao fez a menor diferenca.
Pelo que pude notar.
Só avisei que estava de mudança.
Ela me olhou com olhar surpreso.
- Nao precisa disso voce sabe.
- Na verdade a gente precisa baby, nao estamos mais tendo conexao.
- A gente pode conversar
- Tem horas que a melhor conversa é o silencio. (Eu tinha lido essa frase em algum livro idiota, estava esperando uma boa
oportunidade para usa-la.)
Nao nos beijamos. Peguei minhas coisas. cabiam facilmente em uma mala.
Sai pela porta sem mais delongas. A mala estava pesada.
Se ela soubesse quanto dinheiro peguei antes de passar pros bandidos imbecis, ela nao me deixaria partir tao facilmente. Sim eu sei.
Fui pra rodoviaria, peguei o primeiro onibus com destino à cidade mais proxima.
$$
Fim.
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