O Plano (15 a 17)

CAPITULO II

15
- Senhor, abençoai Minha familia, perdoai nossos pecados assim como nós perdoamos a...
 Jairo ouviu o alarme tocar. Nunca foi muito bom com esses aparelhos modernos. Tinha que gravar 8 numeros, que mudavam de 6 em 6 meses. O primeiros 8 numeros
foram faceis de gravar na epoca, era a data de aniversario do pequeno Herus. Ja estava indo na gaveta buscar a cardeneta onde tinha anotado a nova senha mas
o alarme parou. "Nossa Senhora, ainda bem que esse negocio se arrumou".
 Jairo voltou a se ajoelhar enfrente ao altar que havia na casa. Nao pode ir a missa hoje devido ao vazamento na pia.Chegou a se vestir para ir a missa
mas nao conseguiu sair vendo a agua jorrando molhando toda a oficina. A oficina era seu orgulho. Seu Patrao Frederico havia comprado ferramentas novas, o cortador de grana
era o melhor que Jairo ja tinha visto "Senhor Frederico trouxe de fora do Pais" enchia o peito para falar do cortador.  Enfim, Jairo estava com a consciencia
pesada por nao ter ido a missa, sabia que Frederico nao aprovaria, mas pensou que estaria compensando indo ao altar agradecer pelo bom emprego, saude, comida etc e tal.
 Percebeu que havia perdido o clima para oracao, levantou, o joelho doia, deu dois tapinhas no joelho e foi a cozinha comer algo. Passando em frente a tela da
camera de segurança (das cameras de segurança)
Viu tres homens entrando pelo portao menor. Tres homens altos, vestidos de preto. Tudo que Jairo nao queria numa noite como aquela.  O desespero era nitido em seu
semblante. Nunca havia lidado com bandidos. Se abaixou e tentou se esconder. Parou por dois segundos e pensou que seria pior se entregar aos bandidos.
Provavelmente eles estavam armados. Deviam ser sequestradores de
olho na grana de frederico. Saiu rastejando da cozinha, foi para parte de cima da casa onde tb havia um monitor que poderia ver todas as cameras.
Correu mais rapido que pode aos seus 62 anos de idade. Nao estava velho mas a vida havia sido dura com ele. Chegou na parte de cima bufando, olhou pelo
monitor e la estava os tres bandidos ja na cozinha. Um tentava retirar um quadro gigante da sala. "Eles devem saber que tem um cofre atras desse quadro".
Jairo percebendo se tratar de bandidos profissionais, correu ate o quarto de seu Frederico,quase pediu licença para entrar, era habito. Fuçou na gaveta que ficava
no criado ao lado da cama, achou a arma.
Conseguia ouvir a voz dos bandidos "Bestas Diabolicas" um deles dizia rindo "nosso mal ja esta feito". Seu Jairo ficou ainda com mais medo. Pegou duas lanternas,
uma estava presa em um chapeu do senhor Frederico e estava dificil de tirar. Colocou o chapeu, saiu com arma e duas lanternas. Apagadas.
Deu a volta, ficou na entrada da casa, onde poderia correr para o portao menor que ainda estava aberto e pedir ajuda.
Sentiu um aperto no peito, nao podia simplismente fugir. Seu Frederico era um bom patrao. Justo, trabalhador e generoso. Jairo voltou se escondeu nas sombras da noite
e observou.
Nao sabia muito bem mecher com a arma. Senhor Frederico atirava muito bem. Jairo atirou apenas uma vez, na epoca lembra que nao gostou do barulho, da sensação.
Viu que os bandidos saiam pela porta da frente.
Apontou a arma em direcao aos bandidos. "Vou deixar assim, que se eles..."  fez força demais ao tentar destravar a arma. Disparou.
Viu que um dos bandidos caiu sangrando, os outros sumiram. Jairo correu em direção aos bandidos, nao sabia o que estava fazendo. Correu foi até o lago, voltou pra
perto da casa, ouviu um barulho no muro proximo ao lago. Correu, nao havia mais ninguem. Eles se foram.
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16
  Lucas correu por um tempo. Parou, chorou um pouco, se agachou sozinho na rua deserta e chorou.  "Minha mae nao trabalhou noite e dia para me criar
para eu me entregar assim". Se recompos, começou a correr novamente. Em varios momentos pensou em jogar para longe aquela mochila pesada e barulhenta.
Só pensou.
Ja nao aguentava mais correr. Sua casa ficava a uns 20 km dali, correu no maximo 5 km até agora. Estava exausto. Nao sabia se era a adrenalina, ou a visao
de leandro no chao com os dentes todos partidos, com sangue saindo de sua boca como uma cachoeira. Nao aceitava a ideia de que pudesse perder Diogo tambem.
Apesar da burrice imbutida naquele ser, ele era por anos o unico irmao que Lucas tinha, ou vamos dizer familia. Passou ao lado de uma casa em construção,
o bairro rico havia ficado para atras. Agora estava em um bairro pobre. Entrou na casa em construcao.
- Oh boy, ce ta pisando nas minhas coisas ai. OH Playboy. - Gritava uma mulher. Aparentava uns 500 anos mas devia ter uns 35.

Lucas parou assustado, a mulher tambem se assustou com a expressao estranha que vinha dos olhos daquele rapaz todo molhado, sujo de barro.

- Eu, é. Eu nao. Descul. - Lucas saiu da casa correndo novamente.

Ja nao dava mais para correr. E aquele bairro nao estava ajudando muito em fazer com que Lucas se acalmasse.
A rua se mostrava mais cheia de gente a cada 100 metros que percorria. Lucas tinha em mente que passaria despercebido pela noite até sua casa, mas ainda era cedo.
Nao tinha calculado isso.

- Boa noite senhora, tem algum onibus agora que vá pro centro? - Lucas tentava parecer calmo
- Onibus? Ah rapazinho, domingo é ruim demais de onibus. Tem um as 22h, é o ultimo. - Respondeu a senhora com uma crianca de aproximadamente 3 anos no colo.
- Quantas horas agora? - Estava meio perdido, seria bom saber as horas.
- Eu nao tenho relogio. OH ROGERIO, OLHA QUANTAS HORAS AI. -  Gritou ela olhando pra tras, em direcao a uma janela aberta da casa ao lado.
 Lucas assustou, nao queria chamar atencao, mas agora fodas neh. Ficou la parado.
- EU SEI LA DE HORAS MARIA. TO AMASSANDO AS LATAS AQUI, ce podia vir me ajudar que hoje foi bom. - disse rogerio
- Eu vou olhar a hora pro ce e ja volto ta moço. - Maria entrou com a crianca.
  Lucas se preparou pra correr, mas ja estava em uma exaustao fisica e mental que nao aguentava mais fazer nada. Maria voltou.
- Oh Moço, agora ja sao oito e...- Antes que pudesse terminar a frase viu que o rapaz ja nao estava mais la. Olhou para o chao e o viu caido.

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17
Diogo Correu o maximo que pode. Quando viu estava a uns bons kms da casa. Parou para pensar. Passava perto de um bosque. Entrou mata a dentro.
Procurava nitidamente um lugar para esconder a mochila. Chegou a conclusao de que nao seria bom andar com a prova do crime. Amanha voltaria e pegava, ou outro dia.
"Provavel que Leandro e Lucas tenham feito o mesmo. Agora é ir para casa e ver o que pegou." Agora sem mochila andava mais leve.
Percebeu que sua casa ainda estava bem longe. Lembrou que era domingo portanto talvez nem onibus tivesse. Viu um bar aberto. Estava agora em um bairro pobre.
Vou entrar nesse bar e ficar de olho aqui pra fora. Talvez Lucas ou Leandro passem por aqui.
Entrou.
O bar era feio, um balcao, com um senhor gordo com a camisa aberta por tras. PRovavelmente o dono do bar.
Apesar da má aparencia, parecia ser um bar popular por ali. Havia umas mulheres perto da jokebox, um bebum pedindo mais uma dose de cachaca no balcao.
Só tinha duas mesas no bar. Uma com uma senhora e um senhor. Outra com tres mulheres, bonitas. Uma mais.
Diogo perdeu o foco de ficar de olho la fora rapidamente. Nao esperava ver uma mulher tao bonita uma hora dessas num lugar desses.
- Tudo bom? Quanto é a bhrama? - Perguntou Diogo
- 7,50 o litrao. 6,50 a de 600ml. - Respondeu o senhor do balcao
- me da uma de 600 entao.

a cerveja veio, estava gelada.
- Tem camisinha? - perguntou Diogo
- OI? - O senhor do bar era distraido
- Camisinha, Isopor pra colocar na garrafa.
- Tem nao.
- Ah ta beleza. - Diogo deu o primeiro gole. Virou o copo.

Aquele copo o fez voltar ao foco. Se virou para rua e aguardou. Duas garrafas se foram e nada de Lucas ou Leandro. "Ja devem ter passado".
A essa altura Diogo ja sabia o nome do dono do bar, Seu Firma, E até o nome do bebum, Sorriso.
- Seu firma, traz mais uma e um cigarro de palha. - Pediu Diogo, seria a ultima. Eles nao haviam passado ate agora. Era sua hora de partir tb.
 Diogo se virou para esperar a cerveja, seu Firma demorava quando percebia q o cliente ja era seu.
Quando se virou, notou que a linda da mesa estava do seu lado.
- Seu Firma, gosta de me fazer esperar. - Bufou - Prazer meu nome é Caio. - Mentiu Diogo
- Caio? Bonito nome, meu nome é Ingrid. - Disse a linda
  Ficaram la jogando conversa fora, Diogo, quer dizer CAIO estava meio bebado, Ingrid Tambem.
- Povo fala demais. Eu me interesso mais pelo que a pessoa é por dentro. Na moral Ingrid.
- Eu tambem me interesso no que o cara tem por dentro Caio. - Disse Ingrid com um sorrisinho safado no rosto - ...por dentro da calça. - Completou
 CAIO ficou sem graça. Nao estava planejando ficar com ninguem em uma noite como aquelas mas essa Ingrid era fora do normal. Pernas, boca...tudo.
 Ingrid percebeu que Diogo tava meio vermelho de vergonha.
- Ficou sem graça foi? Fica sem graça nao bobinho. O que tem dentro da calça pode ser a quantidade de dinheiro. - Ingrid sorriu - mas pode ser outr..
Diogo nao deu tempo dela terminar a frase, quando viu ja estavam beijando.
Pagaram a conta e sairam rua a fora. Diogo a levou pro beco ao lado do bar, ou foi levado. Foram beijando, diogo topou com o pé num toco de madeira que estava jogado la fora.
- Que que foi? - perguntou ingrid
- Nada nao, chutei esse trem ai no chao. Trem duro. - Disse diogo. E por falar em Duro.
 Ingrid enfiou a mao na calça de diogo que nao mostrou resistencia. Quando ele viu, ela ja estava agachando.
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