Rufus
Part I
Acordei. a grama onde eu dormia tava toda molhada de sereno.
Nao fez mt frio essa noite. Nem consegui ficar dentro do saco de dormir.
"huhhhhhu"
Gritou o Rufus.
(Rufus é o cavalo que vim buscar, mas que nao me deixava pega-lo mais).
Nunca fui muito bom com cavalo mas ai ontem Seu Antonio falou:
- Ce busca o Rufus pra mim? Ele ta la na casa do Totoe da Maria Angela.
- O Sô Antonio, eu nao conheco Totoe e nem Maria Angela.
- Ah mas ce conhece sim uai, eles sao os pais do Tiquim, e do Lessandro.
- Nao conheco nenhuma dessas pessoas Sô Antonio.
Olhei pro lado tava o Pique. Um labrador, que Sô Antonio Prendeu num toco de pau amarrado por uma corda, por conta
dele ter amassado toda a plantação correndo atras dos gatos.
- Animo fazer essa missao Seu Antonio. mas vou levar o Pique comigo. - Sempre me senti mais protegido quando ando com cachorro pelo mato. - Pode?
- Bom que ce solta esse cachorro pras bandas de la.
- O senhor fala assim, mas se eu voltar sem ele, ce me mata. Eu sei.
Soltei o Pique, ele foi direto nas plantação de Cebolinha e amassou umas 10 correndo igual um doido.
- ALA ALA. TEM QUE MATAR ESSE BICHO. - gritou Seu Antonio pegando um pedaço de pau e jogando. Passou longe.
- SAI PIQUE. PIQUE VEM CA. - tentei controlar mas o cachorro é sem nocao total.
Peguei o Pique e o amarrei de novo.
- Eu nao guento esse cachorro mais nao. Isso é Invenção dos meus minino. Nao guenta criar e larga os bicho aqui.
- Desculpa Sõ Antonio eu nao sabia que ele era imbecil assim nao.
- Nao volta com esse bicho pra ca nao.
- Ta bom. Mas aqui, onde que ta esse cavalo ai, Rufus, que ce quer q eu busque?
- E la na casa do Totoe.
- Eu sei So Antonio, mas onde que fica, vira onde? sobe Onde?
- Sobe esse morro aqui tudim, tem uma trilha boa mininu. Ai pega a matinha, atravessa o corguim, e la embaixo é a casa do
Seu Totoe.
- Beleza. ( fiz um mapa mental)
Arrumei minha mochila. Saco de dormir, um ranguim, cachaça, MariJu, Tabaco, mais uns trem e fui.
Peguei o Pique, dessa vez segurando-o pela corda.
Longe da plantação, soltei Pique.
Virei o morro entrei na matinha, a trilha sumiu, deve ter uns bons anos que ninguem passa por aqui.
Pique arrumou uma latição com um porco espinho, voltou com a cara cheia de espinho.
- Bem feito, o bicho tava quieto la, ce foi inventar de querer matar ele.
Tentei tirar uns espinhos mas Pique nao curtiu mt a ideia. Prosseguimos.
Pique achou o riacho.
Atravessamos.
Pique atravessou com a boca aberta bebendo agua e andando ao msm tempo. Que habilidade.
La embaixo longe avistei a casa q deve ser a do Seu Totoe.
Pique arrumou uma laticao com os cachorro do seu Totoe, e vice versa.
- Aôpa. - Gritei
- Aôpa. - Respondeu um velhim de chapeu
- O Senhor é o Seu Totoe? Vim buscar o Rufus. Seu Antonio pediu.
- Ele ta ali oh, no estabulo. Vamo entrar tomar um cafezim.
Entrei
Papo vai papo vem. Comi broa. Nao vi Maria Angela. tava na cidade com os Mininu.
- O Seu Totoe, obrigado pelo cafe, tava baum demais mas tenho que ir se nao vai ficar noite.
- A filha da Tutinha ta querendo ir pra la, mas ai ces vao de charrete. O rufus é bom de charrete. - falou ele
- Charrete é melhor ainda pq eu nao sou mt bom com cavalo nao Sõ Totoe.
Preparei o Rufus, cavalao preto, crina bonita longa bem escovada. Coloquei cabresto, coloquei sela pra charrete. Pequei a charrete, encaixei na sela.
Rufus fez "uhhhhuumm"
Entendi que tava feliz por dar um role.
Manobrei a charrete. fui la na casa da Tutinha.
A filha dela subiu na charrete. Colocou uma mala, e fomos. Pique ia na frente correndo latindo com tudo que se movia.
A menina deu um bom dia e seguiu muda. Nao puxei assunto tb nao.
Ela tava toda coberta com roupa de frio. Nem tava frio assim.
Só que nisso eu nao entendi mt bem pra onde que ela ia, se era pra casa do So antonio. Pq quando eu fui buscar o rufus, eu virei uma montanha.
Como a gente tava indo de charrete, tivemos que passar por uma estrada de terra, e essa estrada dava uma volta maior. Contornando essa montanha.
Tive que quebrar o silencio.
- Ce sabia que a lua era um pedaço da terra?
- Oi?
- Um cara de uma outra civilizacao que me falou isso uma vez.
- oi?
- To zuando. Aqui, onde que ce vai ficar? La na casa do Sô Antonio?
- Nao. Eu paro antes. Na casa perto da escola.
- Nao faço ideia onde é isso. Qual seu nome?
- Virginia.
- Chegando la ce me fala, Virginia.
- Ta.
Notei que ela tava com pulso enfaixado. os dois.
Achei estranho.
Rufus ia bem, nao reclamou hora nenhuma. Tb nao bati nele. Eu só fazia uns barulhos com o beiço, que na minha cabeça significava "Vamo Rufus".
E parece q ele entendia e seguia.
- A casa que eu vou ficar é ali. - Apontou ela.
- Demoro Virginia.
parei a charrete.
- A charrete é sua neh? VOU DEIXAR LA NO CURRAL - Gritei pq ela ja tava dentro de casa.
Fui pro curral, deixei a charrete, e vim puxando rufus pelo cabresto.
Pique tava mais de boa. deitou na frente da casa e ficou.
ouvi vozes.
- COM QUEM Q CE VEIO SUA PIRANHA?
- O moço me trouxe Sebastiao, nao arruma confusao nao.
- MOÇO. QUER DIZER QUE AGORA CE FICA DE PASSEI COM "MOÇO". AH ELE VAI APRENDER A FICAR MEXENDO COM MULHER DOS ZOTROs.
Pela voz notei q era um cara grande.
A porta se abriu com um chute.
Saiu um baita de um cara alto cara inchada de cachaça. Uma faca na mao.
Virginia tava la dentro com cara de que nao ia me ajudar em nada. E aquele brutamonte vindo pro meu lado.
- Hey irmao nao precisa disso. Eu só dei uma carona.
- Eu vou te ensinar a engraçar com mulher dos outros. E oce sua piranha..- Virou apontando o dedo pra ela - depois eu acerto com ce.
Nisso que ele virou, peguei uma pedra gigante e fiquei com ela na mao.
- Nao irmao, eu sou da paz, larga essa faca. - Mantive a mao pra tras.
- Oces da cidade sao metido a melhor que nós neh. Quero ver se ce é melhor quando eu abrir sua barriga.
Na hora que ele deu um passo pra frente joguei a pedra com toda minha força em direcao a tempora dele.
ia ser mais bonito que Nocaute do Mike Tyson.
Sempre fui bom de mira.
mas dessa vez errei, pegou em cheio na janela de madeira.
Nisso Rufus assustou e fugiu. Sendo que ele fazia parte do meu plano de fuga.
Olhei pro Pique, ja tava longe correndo e latindo ao msm tempo. LATINDO COMIGO. Cachorro fdp.
Vendo toda essa cena, nao pensei duas vezes.
Sai correndo o maximo que pude na mesma direção que Rufus.
O Brutamonte devido ao alto grau de embriaguez, nao conseguiu acompanhar minha velocidade. Olhei pra tras e o vi tentando correr,
mas caiu estatelado no chao.
Depois de mt correr, cheguei no rufus, mas parece q a pedra que joguei o deixou alerta, ele nao deixava mais pega-lo.
Pique tinha sumido. Eu ja tava puto com ele tb. Dei graças a deus.
Ja tava noite e essa correria havia me cansado.
Achei uma matinha, desisti de pegar Rufus, que só se afastava cada vez mais de onde eu tava.
Deitei na Matinha.
Visual lindo. Estrelas. Contei 5 estrelas cadentes. Nao fiz pedido.
Bebi um gole da cachaça. Nao fiz fogueira, por medo do Brutamonte vir atras de mim.
Dormi.
FIM DA PARTE I
Comentários
Postar um comentário